segunda-feira, 8 de abril de 2013

Não perdoo

Eu tenho o péssimo hábito de não me perdoar. Eu sou capaz de perdoar qualquer coisa que qualquer pessoa me faça, mas não a mim. Podem me magoar, bater na minha cara, xingar a minha mãe que, em algum momento, eu vou perdoar. Claro que dependendo do que for vai demorar um pouco, mas no final eu sempre perdoo. 

Agora, não me peça para eu me perdoar. Não, tudo menos isso! Freud, Jung ou algum outro psicanalista famoso deve ter uma explicação para isso, mas eu não tenho. Eu só sei te dizer que eu não consigo me perdoar. Nem aquele errinho mais bobo, como entrar numa rua errada, ou derrubar pasta de dente na roupa, eu deixo escapar. Cada vez que algo assim me acontece são horas e horas remoendo aquilo, desacreditando como eu fui capaz de ser tão burra...

Isso me faz mal, eu sei disso. Me faz remoer coisas de um passado longínquo. Me impede de aproveitar novas coisas boas. E já tentei mudar, muito. Já pesquisei textos na internet, li livros inteiros, estudei várias religiões e aprendi mil exercícios e truques que prometiam ensinar o perdão. Nada adiantou. Os meus erros continuam sendo inaceitáveis para mim.

Talvez isso tenha a ver com as tais das expectativas elevadas que tenho a meu respeito. Talvez seja uma tentativa louca de ser perfeita. Sinceramente, eu não sei. Só sei que sou incapaz de me perdoar. E que não me perdoo por isso.

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