terça-feira, 29 de abril de 2014

Vazio...

Queria te dizer que está vazio aqui. Um vazio bem grande, daqueles de dar eco, sabe? E já faz tanto tempo que está este vazio aqui que já está tudo meio empoeirado. Sabe colmo é, né? O último que entrou fez tanta bagunça que achei melhor trancar, passar uma corrente bem grossa, fechar com um cadeado daqueles bem pesados e ainda finalizar com um alarme daqueles bem escandalosos. Aí foi indo e tudo aqui foi ficando mais e mais abandonado. Confesso que chegou uma hora em que até esqueci que existia. E fingi que não existia.

Mas o vazio começou a ecoar, quase gritar, e eu fui obrigada a prestar atenção de novo, e ouvir. Aí não teve jeito, tive que dar uma limpada, pelo menos para não desvalorizar tanto, né? A gente nunca sabe o que pode acontecer, vai que aparece visita! E a limpadinha acabou virando uma grande faxina. Revi um monte de coisas velhas, joguei fora um monte de porcarias que só atrapalhavam a vida. E reorganizei tudo que valia a pena guardar.

Ainda não sei quando e se abrirei as portas novamente. Sabe, ninguém anda valendo muita coisa, muito menos valendo a pena entrar aqui. Por enquanto ainda prefiro deixar tudo trancadinho aqui. Mas, sei lá, achei que você devia saber que está tudo vazio aqui dentro. E arrumado. Apenas esperando uma pessoa pela qual valha a pena abrir as portas do meu coração.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Volatilidade ariana

Queria tanto ser capaz de manter aquela empolgação de quando começo algo durante todo o resto do processo. Mas eu não consigo, simplesmente não consigo. Dizem que essa volatilidade é algo inerente dos arianos. Por muito tempo tentei não ser ariana. Mas não consegui, essa é uma das minhas características, faz parte de quem eu sou. Simplesmente não dá para mudar.

Mas continua me incomodando ser assim. Porque eu acabo largando tudo pela metade. Tudo fica inacabado, sem que eu sinta aquele gostinho da vitória, da conquista. E isso me deixa triste. Porque eu queria conseguir atingir meus objetivos. Queria sentir aquela sensação gostosa de chegar lá, de conquistar algo que eu quisesse muito.

Mas meu jeito ariano de ser não me deixa conseguir isso. Tudo que consigo é uma sensação horrível de frustração com decepção. E isso é perigoso, porque vai virando uma bola de neve, me deixando mais e mais desanimada. Até o ponto de eu nem sentir mais vontade de começar alguma coisa. Afinal, se eu sei que não terminarei, para que me dar ao trabalho de começar, não é?

terça-feira, 15 de abril de 2014

Não cheguei no final ainda

Eu ainda acredito em finais felizes. Daqueles de contos de fadas mesmo. Eu sei que não me encaixo muito bem nesse tipo de final feliz, mas fazer o quê se eu cresci lendo e assistindo a esse tipo de história? Acaba sendo natural sonhar com ela.

Eu sei que meu gênio forte e estourado nunca me permitiria viver a vida pacata - para não dizer monótona - que um final feliz de conto de fadas mostra. Fatalmente eu arrumaria um motivo para agitar tudo aquilo, virar do avesso e complicar tudo. Eu simplesmente não me encaixo nesse formato.

No fundo eu acho que meu final feliz adequado seria bem diferente daqueles dos contos de fadas. Mas eu ainda não sei qual é o meu tipo. E é aí que está o problema. Se eu não sei o que quero, como reconhecerei e darei valor a minha felicidade? Eu entro em um círculo vicioso de buscar algo que não quero, e desistir um minuto após de conseguir. Para, em seguida, começar a procurar tudo de novo. Pena que conforme o tempo passa, menos paciência eu tenho para esperar chegar no final da história....

quarta-feira, 9 de abril de 2014

É só um número

Quantos anos eu estou fazendo? Depende... Meu RG diz que eu tenho 36 anos, meu rosto me faz parecer ser pelo menos dez anos mais nova. Já minha cabeça, dependendo do meu humor, pode me deixar com 16 anos ou até mesmo com 76.

Ah, não me venha com aqueles papos matemáticos. Eu já falei que, aqui na vida real, dois mais dois não são necessariamente quatro. Há muito mais nuances e camadas que não conseguimos ver a olho nu. Pelo menos não veem aqueles que vivem no piloto automático e não questionam as regras vez ou outra.

A minha idade depende de muitos fatores, principalmente, da fase que estou vivendo. Ultimamente a minha idade tenho sido uma incógnita até mesmo para mim. Estou em uma fase de transição, revendo alguns conceitos, alterando alguns padrões. Talvez seja influência do meu ano novo (leia-se aniversário). Talvez seja consequência do período em Buenos Aires. Talvez eu apenas esteja mudando. Então vamos fazer o seguinte: coloca essa vela em formato de interrogação no meu bolo, vai. Assim não preciso responder pergunta difícil...

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Cadê?

Sabe quando você está fazendo a mala para viajar e fica com a sensação de que está falta colocar alguma coisa lá dentro? Que não importa o quanto você pense e repense, não descobre o que estava faltando? Então, estou assim há dias. Só que não em relação a alguma mala de viagem, mas em relação a minha própria vida.

Falta alguma coisa na minha vida, que eu não sei o que é exatamente. Falta alguma peça no meu quebra-cabeças que eu não consigo achar de jeito nenhum. Só sei que falta. E como em todo processo cíclico ou, mais coloquialmente, toda bola de neve, isso começou a afetar o restante. Afetar de verdade, a me deixar incomodada, irritada, numa eterna tpm. As áreas que estavam bem começaram a ser contaminadas. Isso não é nada legal. Não gosto de me sentir assim.

Muito tempo atrás eu decidi que seria feliz, e é isso que tenho que ser. Essa sensação estranha e ruim está atrapalhando a minha felicidade. Quero eliminar logo essa agonia. Definitivamente isso não combina comigo. Quero chegar logo no meu final feliz, achar meu pote de ouro no final do arco-íris. Mas com essa nuvem preta fica difícil de enxergar. Acho que o jeito será apelar para o São Longuinho e dar uns pulinhos para achar essa peça que está faltando.