Eu me arrependo! Sim, eu me arrependo e muito!
Queria poder gritar isso. Gritar em todos os idiomas. Já que
eu não tenho um Delorean para voltar o tempo e evitar cometer os erros do
passado, eu queria que esse meu grito fosse capaz de anulá-los, numa simples
equação de “menos com menos dá mais”.
Mas isso não é possível, né? Não vai adiantar. Nem mesmo se
eu gritar em espanhol, inglês, japonês ou esperanto. Você não vai ouvir. Porque
você já não me ouve mais. Já não se importa mais. E muito menos me quer por
perto.
E agora eu estou aqui, tentando lidar com todo esse sentimento
ruim que tenho dentro de mim. Que me sufoca, me magoa, me faz sofrer. A culpa
não é sua. Nunca te culpei nem nunca vou culpar. Se alguém errou, fui eu.
Priorizei as coisas erradas. Achei que seu sentimento por mim suportaria e
superaria toda e qualquer coisa que eu fizesse.
Mas não foi isso que aconteceu, claro. Você não era o super-homen,
muito menos um príncipe encantado. Você era apenas um homem. E o que eu fiz foi
demais. Eu sei porque se fosse o contrário eu também não aguentaria. Acho até que
reagiria bem pior.
Eu sei que agora é tarde, que esse texto não vai trazer o
tempo de volta, não vai anular o que eu fiz, nem te fazer me dar outra chance. A vida seguiu, cada um para seu lado, sendo –
ou tentando ser – feliz ao seu modo. Espero que, pelo menos, todo esse arrependimento que
tenho dentro mim fiquem aqui neste texto. E não mais no coração.
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