terça-feira, 30 de abril de 2013

Meu herói

Dias desses meu pai presenciou um acidente de trânsito. Não foi nada demais. Um caminhãozinho desses que circula pela cidade fechou o carro de uma menina. Ela não conseguiu desviar e eles colidiram. Os caras do caminhão, ao verem que era uma mulher ao volante, vieram todos valentes, tentando jogar a culpa nela. Meu pai atravessou a rua tranquilamente e abordou a moça. "Bom dia, você está bem? Não se machucou? Eu presenciei o acidente, vi que eles te fecharam. Aqui está meu cartão, se precisar de testemunha basta me ligar." E saiu.

Horas depois, ele recebeu uma ligação da moça, que dizia não ter palavras para agradece-lo pelo que fez. E meu pai apenas respondeu: "tenho uma filha que anda de carro pra cima e pra baixo pela cidade. Fiz por você o que gostaria que fizerem por ela."

Meu pai não é nenhum herói. Está longe a melhor pessoa do mundo. Na verdade ele tem um gênio bem difícil de lidar. E ele não fez nada demais. Quer dizer, o que ele fez não deveria parecer com algo grandioso. Mas acabou sendo. Ele fez o bem a uma pessoa sem esperar nada em troca. Nem mesmo aquele telefonema que ele recebeu mais tarde.

Ele fez o que todo mundo deveria fazer: fez para os outros o que esperava que fizessem por ele, ou por quem ele quer proteger e cuidar. Estranho como de repente isso se tornou uma atitude tão rara no mundo, né? Aí eu fico pensando se o mundo não seria um lugar pelo menos um pouquinho melhor se as pessoas agissem mais como ele agiu.

Quando ele me contou aquilo eu fiz a coisa que me parecia mais lógica na hora. Eu o abracei e beijei bem forte e agradeci, do fundo do meu coração. Vai que esses dois agradecimentos - o da moça do acidente e o meu - o ajudam a se tornar uma pessoa mais fácil de lidar, né? Pelo menos aquele dia ele foi o meu herói.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Deixa eu te ajudar....


 Não, eu não quero ser chata, nem mandona, nem grudenta. Eu só quero te ajudar. Eu te conheço bem, sei que você não está numa fase legal e queria poder fazer alguma coisa por você. Mas você não deixa. Sei lá qual é o seu trauma ou a sua resistência, mas você simplesmente não me deixa te ajudar.

Eu sei que é por isso que você tem sido tão grosso comigo. É um mecanismo de defesa. Você quer lidar sozinho com isso. Eu já entendi e respeito. A partir de agora não forço mais ajuda. Mas se você soubesse como é absurdamente mais fácil passar por essas fases nebulosas quando se tem ajuda, você aceitaria na hora.

E não, eu não me acho dona da verdade. Eu apenas já estive na mesma situação que você. Triste, magoada, achando o mundo um lugar ruim e cruel. Por um tempo eu também não quis ajuda. Mas um dia eu baixei a guarda e aceitei. Foi tudo tão mais fácil. Até o céu passou a ser mais azul. Bom, talvez tenha sido apenas o céu de outono, mas acho que se não me ajudassem, eu nem perceberia como o céu é mais bonito no outono.

Já que você não me deixa fazer muita coisa por você, me deixe, pelo menos, te falar uma coisa: isso é só uma fase. E, como toda fase, vai passar e as coisas vão melhorar. Eu sei que isso parece frase pronta e que todo mundo fala isso, mas é verdade. Agora, se você não se abrir, não buscar a mudança e a melhora, essa fase pode durar muito tempo. Talvez dure praticamente a sua vida inteira...

domingo, 28 de abril de 2013

Cadê minha bola de cristal?


Eu não tenho bola de cristal, não, viu? Então nem vem querendo que eu adivinhe tudo que passa pela sua cabeça porque isso é impossível. Não se ache no direito de ficar bravo comigo porque não tive a reação que você esperava que eu tivesse ou fiz o que você esperava que eu fizesse.

Eu sei que você criou toda uma história na sua cabeça, que você queria que eu agisse diferente porque aí você faria tal coisa e viveríamos o final feliz que você desenhou. Mas você esqueceu de me dar o roteiro para ler antes. Eu não sabia quais tinham que ser as minhas falas, eu não sabia como eu tinha que agir. Sem script e sem bola de cristal fica difícil.

Eu fui espontânea. Só isso. Agi da forma que me deu vontade na hora. Eu não quis ofender, magoar, provocar, nada disso. Eu apenas fui natural e reagi fora das suas expectativas. Então não vem brigar comigo. Não se faça de ofendido. Eu não fiz absolutamente nada de errado. Você sabe disso. Eu só não fiz o que você queria, da forma que você queria.

Eu te entendo. Eu também já cometi muito esse erro. Também já criei histórias inteiras na minha cabeça e me frustrei quando elas não aconteceram do jeito que eu fantasiei. Mas a vida é assim. Nem tudo sai do jeito que imaginamos que sairia. Tem horas em que isso é ruim, porque nos frustra. Mas se você pensar bem, se tudo saísse exatamente do jeito que imaginamos, não haveria o elemento surpresa em nossas vidas. E quem não gosta de uma boa surpresa?

sábado, 27 de abril de 2013

Decisões

Ok, chegou a hora. Não dá mais para enrolar, tenho que decidir. Ou sim, ou não. Ou direita, ou esquerda. Não dá para ficar a vida inteira em cima do muro. Porque nada acontece em cima do muro. A vida acontece no chão, né?

Mas não é uma decisão fácil. Pode até parecer que é, afinal, diferentemente do que acontece no meu armário, aqui eu só tenho duas opções. Mas há tantas coisas envolvidas nessa decisão. Tantas possibilidades e consequências envolvidas que escolher entre duas únicas opções se torna algo muito difícil. 

E aí eu fico aqui, cheia de dúvidas e em cima do muro. Eu quero acertar, quero racionalmente tomar a decisão certa. Porque depois eu terei que lidar com tudo que o caminho escolhido me trouxer. E eu quero que sejam coisas boas. 

Já que a razão não me ajuda, vou escutar o coração. Lá no fundo, ele sabe o que é certo, o que é melhor para mim. Vou confiar nele e escolher. E torcer para não o caminho não ser tão difícil. E principalmente, para eu não me arrepender da minha escolha.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Uns tapas

Ai, garota, vou te dar uns tapas, viu? E não faz essa cara de que não está entendendo nada. Você sabe que merece. E você sabe muito bem porque merece. É, é por causa dessa sua mania besta de ficar supervalorizando as coisas ruins e menosprezando as coisas boas. 

E daí que o cara que você tanto gosta não está nem aí para você? E daí que você não tem o emprego dos seus sonhos ou não consegue aquela promoção com a qual tanto sonha? E daí que a balança não mostra mais o peso que mostrava anos atrás?

Vai me dizer que você nunca questionou os seus sentimentos por ele; que você nunca se gabou para os outros pelo seu emprego, ou nunca achou o má-xi-mo o tamanho das suas coxas quando calçou um super salto. Ah, tá, faz de conta que você me engana!

Fora todas aquelas coisas incríveis que nem tem como achar defeito, né? Como aquele seu grupo de amigas que estão sempre do seu lado para o que der e vier. O carro super bacana que você e que nunca deu defeito. Aquela sua academia que só tem cara gato.

Então chega de bobeira! Você já desperdiçou muito tempo da sua vida focando nos seus defeitos, e não aproveitou quase nada as suas qualidades. Passou da hora de mudar esse pensamento. Está na hora de curtir o lado bom da vida e ser feliz, muito feliz.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Uma hora a resposta vem

Eu sei que você precisa de respostas. Eu sei que todos estes questionamentos que você tem aí dentro de você estão te matando. Mas deixa eu te dizer uma coisa. Por mais confusas que as coisas estejam, por mais difíceis que possam parecer, por menos sentido que façam, acredite em mim: uma hora a resposta vem.

A melhor parte disso é: na esmagadora maioria das vezes, a resposta está embaixo do nosso nariz. Só nos falta prestar um pouco mais de atenção. Quer dizer, não está exatamente no nariz, é mais na nossa cabeça ou no nosso coração. Mas você entendeu o que eu quis dizer.

E não venha me dizer que não tem nada disso no seu coração ou na sua cabeça porque eu sei que tem. Você que não quer enxergar. Você está tão acostumada com sua zona de conforto, mesmo quando ela é desconfortável, que não consegue perceber algo que está tão evidente.

Mas pare para pensar nos seus sentimentos e nos seus pensamentos. Preste atenção no que eles dizem. Lá dentro de você existem todas as respostas que você tanto procura. Quando você aprender a escutá-los verá que uma hora aquela resposta que você tanto queria vem. Eu sei que não é uma tarefa fácil, mas pode ter certeza de que valerá a pena esperar. 

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Duas possibilidades


Tudo que acontece na nossa vida nos permite duas possibilidades: reclamar daquilo ou agradecer por aquilo. Parece óbvio que vamos reclamar sempre que algo ruim acontecer e agradecer a tudo de bom que nos acontece. Mas nem sempre é assim.

Já me deparei diversas vezes reclamando de coisas que são incríveis. E o pior foi que eu nem me dei conta do quanto eu estava reclamando de algo tão bacana até alguém me falar. Porque sempre tem alguém que abre nossos olhos e nos mostra que na verdade aquilo é algo super positivo e que não devemos reclamar.

A gente reclama do excesso de trabalho, por exemplo, mas esquece do salário bacana que entra no final do mês, ou da oportunidade única de participar um evento tão importante para a empresa. Com certeza tem um monte de gente por aí que adoraria estar na sua pele. E não reclamaria de tanto trabalho que tem para ser feito.

Por outro lado, é muito natural também que, quando algo ruim nos aconteça, fiquemos tristes e reclamemos da vida. E mais uma vez vemos pessoas passarem por situações muito piores do que a nossa sem reclamar de nada. Ou pior: agradecendo por aquilo!

Você deve estar pensando: que coisa mais absurda! Como alguém pode ser capaz de agradecer por um emprego perdido? Muito simples: talvez você estivesse insatisfeito naquela situação e aquela demissão tenha te obrigado a se mexer e a procurar algo melhor.

Claro que não pretendo mudar radicalmente – nem espero que ninguém o faça – e passe a insanamente agradecer por cada coisa ruim que acontece na vida ou pare de reclamar das coisas boas, porém difíceis que acontece na vida. Mas acho que um pouco mais de equilíbrio entre os dois não faria mal a ninguém.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Não fica assim...


Ah, não fica assim... Não fica triste porque não quiseram fazer o que você queria. Isso não significa que estão contra você. Muito menos que não te amam. Assim como você, os outros são apenas seres humanos, pessoas com qualidades, defeitos e limitações.

Tenta entender o lado deles também. Talvez o que você esperava deles era algo que eles não conseguem administrar. Ou pode ter sido apenas uma primeira reação natural, dada meio que no susto. Pode ser que amanhã ou depois mudem de ideia. Nunca se sabe.

Mas eu acho que o problema, que na verdade nem é exatamente um problema, foi a expectativa que você criou em torno da situação toda. Na sua cabeça havia toda uma história linda, quase um conto de fadas, que te engoliu e te impediu de pensar no lado negativo e nos problemas que isso poderia gerar.

Então, talvez eles sejam apenas pessoas menos otimistas que você. Eles enxergam primeiro os problemas, as falhas, depois que percebem que tem toda uma parte boa envolvida que faz tudo valer muito a pena. Eles apenas são menos flexíveis e não aceitam bem as mudanças. Assim como você não aceitou bem o não que eles te deram, eles não aceitaram bem o pedido que você fez. Então, talvez eles não sejam tão diferentes de você. 

E a culpa não é deles. Eles apenas foram criados assim, passaram por situações na vida que os levaram a ser assim. Então não chore, nem guarde mágoa. Nem todo mundo é como a bruxa da Branca de Neve. A maioria das pessoas é apenas seres humanos imperfeitos. Igualzinho a você. 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Sobre sapatos e corações


Ontem eu fui ao shopping comprar um sapato novo. Fazia tempo que eu precisava de um scarpin preto básico novo. Eu tenho um que simplesmente amo de paixão. Ele é de marca boa, resistiu bravamente por uns 3 ou 4 anos. Mas o bichinho estava pedindo arrego. E já fazia algum tempo.

Eu ainda tentei mandar arrumar, mas além de ficar caro, o sapateiro disse que não ficaria como um novo. Então decidi trocá-lo. Fui até a loja da marca do antigo. Eles não produziam mais aquele modelo. Até tinha uns parecidos, mas todos tinham alguma diferença. Acabei comprando dois: um bem parecido com o anterior – salto bem alto e bem fino –, e outro com o salto um pouco mais baixo e mais grosso.

Mas agora você deve estar se perguntando: que isso? Isso virou mais um blog de moda? Não, claro que não. É que eu sempre tive mania de fazer relações entre as coisas e criar toda uma analogia sobre alguma situação da vida com algo aparentemente bobo. E foi o que aconteceu quando cheguei em casa.

Eu tenho uma regra de sempre que algo novo entra no meu armário, algo velho tem que sair. E aí me deu um estalo. Assim como eu tirei o scarpin que não mais me servia e coloquei os dois sapatos novos lá dentro, às vezes temos que fazer isso com pessoa dentro do nosso coração.

Claro que, assim como no nosso armário cabem muitas roupas, em nosso coração cabem muitas pessoas. Mas nunca, nenhuma delas vai ser exatamente igual a outra. E principalmente, nenhuma delas vai ter exatamente a mesma função da outra. Nós só temos um namorado, uma melhor amiga, um pai, uma mãe. Cada um tem o seu papel e, normalmente, um não executa o papel de outro.

Existem aqueles dias em que resolvo usar uma blusa de balada para trabalhar. Assim como há dias em que a minha mãe é a minha melhor amiga. Mas isso não é a regra. Na maioria das situações, as pessoas têm seus papéis bem definidos na nossa vida. Igualzinho a um armário bem organizado.

E, assim como eu fiz no meu armário, tem horas em que temos que tirar algumas pessoas do nosso coração. Por mais que tenhamos carinho por elas, talvez elas não sirvam mais. Ou talvez tenham apenas mudado e já não combinem mais com a nossa vida. De qualquer forma, tem horas em que precisamos dar espaço para que novas pessoas cheguem. E entrem no nosso coração. Exatamente igual aos novos sapatos.

domingo, 21 de abril de 2013

Hora de chorar

Tenho andado com muita vontade de chorar. Mas, não sei porque, o choro não sai. Fica preso aqui no meu peito, me angustiando, me sufocando. E até me deixando doente. Já tentei de tudo para fazê-lo sair. Já vi os filmes mais tristes do mundo, já pensei nas coisas mais tristes da humanidade. Mas nada faz esse choro sair daqui.

Como sempre, tenho as minhas mil teorias de porquê isso acontece. A mais forte de todas elas é a de que eu não choro porque eu deixo de falar um monte coisas que eu queria. Tem tantas coisas que me incomodam e eu engulo, prendo dentro de mim para não magoar, ou apenas para não contrariar os outros.

Isso me faz mal. Me faz muito mal mesmo. Eu cheguei ao meu limite. Não cabe mais dentro de mim tanta coisa. Eu preciso tirar tudo isso de dentro de mim. Eu preciso ser livre de toda essa angústia, de todo esse sofrimento que nem ao menos me pertence.

Eu me preocupei tanto com os outros que deixei de me preocupar comigo mesma. Eu dei tanto espaço para os outros que deixei te ter espaço para mim mesma. O que eu queria, o que eu gostava, nada disso importava mais. 

Foi por pensar assim que estou nessa situação agora. Foi isso que me trouxe esse choro que não quer sair. Acho que é hora de chorar tudo que tenho para chorar, tirar tudo que está preso aqui dentro e pensar mais em mim. Mesmo que isso estrague toda a minha maquiagem. Mesmo que isso magoe algumas pessoas. O que não posso mais, é magoar a mim mesma. 

sábado, 20 de abril de 2013

Transição

Você já teve aquela vontade louca de sair correndo e gritando? Eu estou me sentindo exatamente assim agora. Acho que é porque eu estou com sensação de que a minha vida está empacada. Eu tento fazer as coisas caminharem para frente, mas parece que estou colada no chão. E nada é capaz de me fazer sair dali.

Sei lá, talvez seja porque estou numa fase de reflexão, que naturalmente gera mudanças e me leva a uma fase de transição. E é este período que me incomoda. Eu sei que as coisas estão prestes a mudar. Eu estou trabalhando muito para isso, mas enquanto elas não chegam eu sofro. E sofro muito.

Sofro porque eu não sou uma pessoa paciente. Sou ariana, né? Ariano é totalmente imediatista e impulsivo. Aí fica difícil controlar a ansiedade e aguardar o tempo certo das coisas. Eu quero tudo para ontem. E tudo do meu jeito.

Eu quero muito que a minha vida mude. Está na hora de tudo aquilo que eu planejei e esperei por tanto tempo finalmente comece a acontecer. Porque eu vivo muito a sensação do quase. Eu sempre quase consigo o que queria. Mas algum detalhe acaba atrapalhando e as coisas não acontecem. 

Isso é muito frustrante. Eu não quero mais isso. Chega de tanta tristeza apertando o coração, de tantas lágrimas escorrendo pelo rosto, né? Agora é hora de dar risada até a barriga doer. De sorrir tanto que até surge uma ruginha no canto do olho. Chegou a hora de ser feliz, baby!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Tudo


Tudo com ele era perfeito. Mesmo os dias mais cinzas eram lindos. Cada bom dia que ele me dizia fazia um sorriso bobo sair do meu rosto. Aliás, eu vivia com esse sorriso bobo estampado na minha cara 24 horas por dia.

Tudo com ele fazia sentido. Mesmo a distância absurda que nos separava. Mesmo as frases ditas numa mistura de português com espanhol e com inglês. Mesmo as coisas que não faziam o menor sentido.

Tudo com ele era alegria. Cada mensagem enchia meu coração de felicidade. Cada ligação levava meu coração até a boca. Cada encontro, então, quase provocava uma explosão no meu coração.

Tudo com ele era verdadeiro. Eu podia ser eu mesma. A pessoa meiga, carinhosa, atenciosa que sempre deixei escondida dentro de mim porque ninguém aprovava. Aliás, quanto mais eu era essa pessoa, mais ele se apaixonava.

Tudo com ele era intenso. A cada encontro intimidade e a cumplicidade disparavam na velocidade da luz. Um final de semana parecia um mês. Uma simples conversa era o suficiente para revelar toda a minha alma.

Mas nem tudo durou para sempre. O conto de fadas foi engolido pelo dia a dia. Tudo começou a se perder em meio a vida real. E percebemos que aquilo não bastava para vencer os obstáculos. E então, aquilo tudo se acabou.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Dá uma maneirada


No fundo você sempre sabe quando é o fim. Nem sempre você quer admitir, porque você queria tentar mais uma vez, queria outra chance de acertar. Mas, se você parar para prestar atenção no que o seu coração diz, achará a resposta lá, num letreiro luminoso.

O difícil é querer enxergar a verdade, admitir que mais uma vez não deu certo, que mais uma vez você fez tudo errado e estragou tudo. Você sabe muito bem onde está errando, o que tem que mudar. Mas a sua teimosia, a sua impulsividade e aquele quarto copo de vodka na balada não te permitiram. Quando você se deu conta já havia feito tudo de novo. Toda aquela bagunça mais uma vez, todo aquele estrago novamente.

Pior que não adianta chorar, espernear, nem nada. Quem vai ter que catar todos os caquinhos do seu coração espedaçado vai ser você mesma. Então, meu bem, vê se enxuga logo essas lágrimas, recolhe os pedaços do seu coração e os cole muito bem colados. Quando mais rápido você se recompuser, mais rápido poderá se apaixonar de novo. Mas vê se dessa vez dá uma maneirada na impulsividade. E na vodka.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Até o limite


Eu queria desistir, jogar tudo para o alto. Minha cabeça me mandava fazer isso. Era o mais racional e acertado. Mas não sei bem porquê eu não conseguia. Meu coração simplesmente não deixava.

Aquilo não me fazia feliz. Muito pelo contrário, aquilo tudo me deixava muito triste, me fazia sofrer muito. As minhas amigas viam como eu ficava, e tentavam me fazer enxergar o erro que eu estava cometendo.

Mas eu sou teimosa, então simplesmente não conseguia. Parecia que havia uma voz dentro da minha cabeça que me dizia para não desistir. Ele nunca me enganou, nunca me deu esperanças, mas mesmo assim eu me iludia. E sofria.

Não é fácil saber a hora certa de desistir. A cabeça diz uma coisa, o coração diz outra e, na esperança e desejo de fazer aquilo dar certo, nós seguimos tentando, insistimos e vamos até o nosso limite. 

Mas uma hora ou outra nós chegamos no nosso limite. A ficha simplesmente cai, e percebemos que não adianta ficar dando murro em ponta de faca, que nada que façamos será capaz de mudar aquilo. Então, finalmente, conseguimos deixar tudo aquilo para trás e seguir em outra direção.

domingo, 14 de abril de 2013

É só prestar atenção


Ai, que mania besta que temos de ficar sofrendo por quem não gosta de nós e não nos valoriza. E não me refiro somente a relacionamentos amorosos. Sofremos por um emprego que não nos valoriza, por pessoas que queríamos que fossem nossos amigos, mas não o são, e mais inúmeras situações.

Por muito tempo eu fiz isso. Tentei de tudo para ser a pessoa perfeita que certas pessoas gostariam de ser amigas. Resultado? Decepção, penas isso consegui. Porque nunca consegui ser amiga dessas pessoas. Elas simplesmente não me queriam na turma delas. Não por maldade delas ou porque eu fosse uma pessoa ruim. Acho que a coisa simplesmente não fluiu. Por que eu estava me esforçando para ser alguém que eu não era.

Isso me magoou. Claro que magoou. Ser rejeitado por alguém sempre magoa. A gente se sente mal, se sente ferido. Isso mexe com a auto estima da gente. Depois de um tempo meio tristonha, eu fui superando a história toda, entendendo que simplesmente não me encaixava ali. E que ninguém tinha culpa daquilo. Nem eu, nem os outros.

Mas o maior problema foi que, enquanto eu me corria atrás de quem não me queria por perto, eu fui negligente com quem queria ser minha amiga. Sem querer, estava fazendo com os outros, o que faziam comigo.

Agora chega de ir atrás de quem não me quer. Quero somente a companhia daqueles que realmente gostam de mim, aqueles que fazem questão da minha presença, que ficam felizes quando me veem e demonstram isso. Quero gente que abre um sorriso quando me vê, me abraça bem apertado, que me diverte e se diverti comigo. Gente que me quer por perto, e que fica feliz quando estou por perto. 

Se pararmos para pensar, é mais fácil identificar essas pessoas do que pensamos. Basta parar de querer ser e ter o que não somos nem temos. Tem tanta gente no mundo que gosta de nós como e porque somos quem somos. É só prestar atenção.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Feliz aniversário

Aniversário é uma data importante e até meio polêmica. Essa data costuma ser, junto com o Reveillon, um momento de reflexão, de balanço geral sobre a vida. Quando paramos para avaliar como as coisas estão caminhando, se conquistamos tudo aquilo que desejávamos. Mesmo se não foi dos nossos melhores anos, dá para se animar porque outro vai começar. E você vai ter a chance de tentar tudo de novo e fazer tudo melhor.

Tem gente que não gosta de fazer aniversário porque abomina a ideia de envelhecer. Não porque pense que é o Peter Pan, talvez porque só enxergue que está cada vez mais perto da morte. Ou por algum trauma de infância causado por uma mega ovada ou festinha frustrada. Ah, sei lá.

Mas tem gente que AMA fazer aniversário. E de certa forma é fácil de entender o porquê. É um dia de festa, um monte de gente te deseja coisas boas, te abraça, te beija, te liga, te envia mensagens. E tem os presentes, né? Eu adoro presentes! Tanto dá-los como recebê-los. E não precisa ser nada demais, pode ser um bombonzinho ou uma florzinha, qualquer coisa. O que eu valorizo é a lembrança, o carinho. 

Enfim, este é um daqueles dias em que se pode ter uma real noção do quanto você é uma pessoa querida. Eu sempre adorei comemorar o meu aniversário. Sempre fui de dar mil festas e tudo mais. Mas este ano eu estou diferente, mais introspectiva, mais pensativa, mais analítica. Aí um monte de gente lembrou de mim no dia do meu aniversário e gastou algum tempo do seu dia para me desejar coisas boas. E todos fizeram do meu dia um dia muito mais alegre e feliz!

Sinto falta

Sinto falta de dizer eu te amo. Faz tanto tempo que não falo isso que nem sei mais se consigo. Claro que eu continuo dizendo para os meus pais e meus amigos. Mas é outro tipo de amor. O que me tem feito falta é aquele eu te amo cheio de paixão, que faz o coração disparar, o corpo tremer, o estômago dar um nó e as pernas amolecerem.

Esse tipo aí anda difícil de aparecer. Não que eu não queira, claro que quero. Um eu te amo desse tipo traz todo um contexto que eu queria muito ter na minha vida. Mas acho que eu ando mais exigente, mais seletiva. Já passei por tantas coisas nessa vida, já me enganei tanto. Acabei criando uma casca, uma forma de proteção, que não me permite cair de amores por qualquer um. E, como consequência, não é mais qualquer um que me escuta dizer eu te amo.

Além disso, nas últimas vezes em que senti vontade de dizer, não tive coragem. Sim, fui covarde, reprimi o sentimento que eu tinha dentro de mim. Rola um certo arrependimento, mas agora não há muito o que fazer. Não adianta ficar me lamentando por isso. Apenas posso cruzar os dedos e torcer para que um dia apareça outra pessoa para quem valha a pena olhar nos olhos e dizer: eu te amo!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Lágrimas


Às vezes eu tenho vontade de chorar. Sem motivo algum. Digo, motivo real. Porque nesses dias qualquer coisa é capaz de me fazer chorar. Uma música no rádio, um cachorro fofo na rua, mas principalmente uma lembrança triste.

Mas eu não sei bem porque tenho essa vontade aleatória de chorar. Sempre fui sensível, menininha mesmo, talvez seja por isso. Talvez eu me emocione mais do que o normal. É deve ser por isso. Melhor acreditar que é por isso!

E pensar que é por isso eu não choro. Seguro as lágrimas ao máximo. Chorar borra a maquiagem, né? E eu sou lady demais para andar por aí com a maquiagem borrada. Então eu seguro o choro, engulo como se fosse um remédio daqueles bem amargos. Aí fica aquele nó na garganta, e o estômago embrulha.

Mas ao contrário do remédio, o choro reprimido não cura nada. Muito pelo contrário, só faz doer mais. Acho que qualquer dia vou mudar de atitude e experimentar deixar as lágrimas rolarem. Quem sabe elas lavem, além da maquiagem no meu rosto, essa angústia que sinto aqui dentro.

terça-feira, 9 de abril de 2013

#ficadica


De repente virou moda a felicidade alheia incomodar. Mas incomodar muito, a ponto das pessoas começarem a criticar justamente o motivo da sua felicidade. É um tal de falar que tal coisa é cafona, que não sei o que é errado, que não sei o que lá é contra alguma regra que ninguém sabe de onde surgiu. Mas o fato é que a felicidade dos outros passou a incomodar mais e mais as outras pessoas.

Talvez isso seja inveja. Talvez a pessoa quisesse tanto ter coragem de fazer aquilo que você fez que precisa tentar diminuir o seu feito para se sentir melhor. Pode ser que seja egocentrismo exagerado. Pode ser que a pessoa ache que a opinião dela é tão importante para o mundo que é a única válida e deve ser tomada como uma lei. Vai ver não é nada disso. Vai ver as pessoas apenas gostem mal de falar da vida dos outros e pronto.

Mas eu acho isso uma grande baboseira. Eu ainda prefiro torcer pela felicidade. Queria que todas as pessoas do mundo fossem felizes. Pode parecer besteira mas é verdade. Sabe como é, cresci lendo e vendo contos de fadas, então eu naturalmente torço pelo final feliz. Tanto o meu quanto o seu.

#ficadica

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Não perdoo

Eu tenho o péssimo hábito de não me perdoar. Eu sou capaz de perdoar qualquer coisa que qualquer pessoa me faça, mas não a mim. Podem me magoar, bater na minha cara, xingar a minha mãe que, em algum momento, eu vou perdoar. Claro que dependendo do que for vai demorar um pouco, mas no final eu sempre perdoo. 

Agora, não me peça para eu me perdoar. Não, tudo menos isso! Freud, Jung ou algum outro psicanalista famoso deve ter uma explicação para isso, mas eu não tenho. Eu só sei te dizer que eu não consigo me perdoar. Nem aquele errinho mais bobo, como entrar numa rua errada, ou derrubar pasta de dente na roupa, eu deixo escapar. Cada vez que algo assim me acontece são horas e horas remoendo aquilo, desacreditando como eu fui capaz de ser tão burra...

Isso me faz mal, eu sei disso. Me faz remoer coisas de um passado longínquo. Me impede de aproveitar novas coisas boas. E já tentei mudar, muito. Já pesquisei textos na internet, li livros inteiros, estudei várias religiões e aprendi mil exercícios e truques que prometiam ensinar o perdão. Nada adiantou. Os meus erros continuam sendo inaceitáveis para mim.

Talvez isso tenha a ver com as tais das expectativas elevadas que tenho a meu respeito. Talvez seja uma tentativa louca de ser perfeita. Sinceramente, eu não sei. Só sei que sou incapaz de me perdoar. E que não me perdoo por isso.

Ele e eu

Ele não queria nada. Eu queria tudo.
Ele fingia que se importava. Eu me importava muito.
Ele não se preocupava com nada. Eu me preocupava com cada detalhe.
Ele só me procurava na madrugada. Eu o aceitava mesmo que só por uma madrugada.
Ele me tratava como mais uma. Eu o tratava como o único.
Ele me enganava e enganava. Eu fingia que não notava.
Ele brincava com os meus sentimentos. Eu brincava de não ter sentimentos.
Ele só queria que tudo acabasse na cama. Eu esperava que as coisas fossem muito além da cama.
Um dia eu percebi que aquilo não levava a nada. E dei um basta.
Então ele notou o que eu representava. Mas ele, para mim, já não significava mais nada.

domingo, 7 de abril de 2013

Eu desisti...

Eu desisti. E isso não é algo tão fácil de se fazer como pensam. Desistir dói, frustra, e envolve mais um monte de outros sentimentos ruins que normalmente não gostamos lidar.

Como as críticas e julgamentos que todo mundo faz. Aqueles que desistem são muito criticados. São sempre acusados de covardes e de fracos. Mas ninguém estava no lugar da outra pessoa, ninguém sabe o que realmente se passa na cabeça e no coração do outro para acusa-lo de fraqueza.

Desistir exige mais coragem do que pensamos. O mais fácil, sempre, é se manter na inércia, na zona de conforto. Mesmo quando é algo que nos faz mal, é mais fácil lidar com o que já estamos acostumados do que com algo novo.

Então, quando alguém desiste de algo, a pessoa está, no mínimo, tendo coragem de sair da sua zona de conforto. Porque ninguém desiste de algo que o faça feliz ou o faça bem. A gente só desiste daquilo que nos faz sofrer, que nos machuca.  

Eu já desisti de várias coisas na vida. Em alguns casos, percebi que me livrei de algo que só me atrapalhava ou prejudicava. Em outros, me arrependi profundamente. Mas a gente nunca vai saber quando desistir é a melhor opção. A gente só vai ter que aprender a conviver com as consequências da nossa escolha. E com o julgamento dos outros.

sábado, 6 de abril de 2013

Alguém de verdade


Tem vezes que conhecemos alguém e bum! O coração dispara, as pernas ficam bambas, o estômago se revira. A gente olha para a pessoa, tenta ser racional, ver a lógica daquela pessoa, de repente, mexer tanto com você. Mas não tem explicação, a coisa simplesmente acontece. Tipo loteria.

Com ele foi a mesma coisa. Simplesmente me encantou. Sem muita explicação, sem muita lógica. Talvez tenha sido o sorriso. Talvez tenha sido a conversa. Talvez tenha sido o jeito como me tratou. Isso não importava mais. Só o que importava é que eu o queria. E só a ele.

Aí, como toda mulher, tentei descobrir todo o possível sobre ele. Conversei com as amigas em comum, fucei bastante no Facebook dele. E tentei virar a pessoa dos sonhos dele. Mas isso não deu muito certo.

Quanto mais eu tentava ser a pessoa perfeita para ele, inexplicavelmente, mais ele se afastava. Não adiantava tentar ficar com o tipo de corpo que ele parecia querer, ter a cor de cabelo que parecia ser a de preferência dele, usar o tipo de roupa que ele gostava, ir aos mesmos lugares que ele. Nada era suficiente para fazê-lo gostar de mim.

As amigas davam explicações, tentavam ajudar a achar alguma razão naquilo tudo. Uma culpava a ex, que o havia feito sofrer e o traumatizara. Outra achava que eu estava sendo boazinha demais e precisava pisar um pouco para ele dar valor. Uma, mais radical, simplesmente dizia que os homens são todos iguais e que nenhum presta.

E eu continuava sem entender o que havia acontecido para ele mudar tanto. Sem enxergar que ele não havia mudado, mas eu havia mudado. Eu que, como num passe de mágica, deixei de ser a pessoa por quem ele se encantou e tentei desesperadamente ser alguém que eu não era. No fundo, tudo que ele queria era alguém de verdade. 

* Para Paty

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Não cabe mais


Tentei vestir hoje uma velha calça jeans. Era daquelas favoritas, sabe? Tinha um lugar todo especial no meu coração. A calça perfeita que levantava tudo: bumbum e autoestima. Não serviu mais. Mal passou nas coxas. E faltaram três dedos para o zíper fechar.

Isso me aborreceu tanto. Quase chorei. Ela tinha sido tão importante na minha vida, tão presente e companheira. Ah, se essa calça jeans falasse, teria cada história para contar... Então era difícil acreditar que ela não cabia mais em mim, que não mais me acompanharia em tantas aventuras por aí.

A última vez em que a experimentei ela ainda fechava. Bem apertada, é preciso dizer, mas fechava. Guardei num cantinho do armário na esperança de voltar ao corpo de antes. “Cinco quilos a menos e ela ficará perfeita novamente”, pensei.

O tempo passou, a gordura do corpo deu lugar a músculos, e o meu corpo mudou mais. Aí lembrei da calça e resolvi experimentá-la novamente. Após um primeiro momento de tristeza comecei a reparar melhor em mim e vi que as mudanças pelas quais passei não eram negativas.

Na verdade eu estava bem melhor do que naquela época, graças aos exercícios. Então eu não tinha motivos para chorar. Eu tinha que ficar feliz por aquela calça não mais me servir. E foi o que fiz. Coloquei numa sacola, doei a calça para alguém que viveria novas aventuras com ela e fui comprar uma nova, que combinasse mais com a minha atual personalidade.

Com as pessoas podia ser igual, né? Não cabe mais na minha vida? Pode ir, siga em frente e vá fazer outra pessoa feliz. Assim, sem lágrimas, sem dor, sem sofrimento. 

Mas não, não  é. Não é mesmo...

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Eu me arrependo!


Eu me arrependo! Sim, eu me arrependo e muito!

Queria poder gritar isso. Gritar em todos os idiomas. Já que eu não tenho um Delorean para voltar o tempo e evitar cometer os erros do passado, eu queria que esse meu grito fosse capaz de anulá-los, numa simples equação de “menos com menos dá mais”.

Mas isso não é possível, né? Não vai adiantar. Nem mesmo se eu gritar em espanhol, inglês, japonês ou esperanto. Você não vai ouvir. Porque você já não me ouve mais. Já não se importa mais. E muito menos me quer por perto.

E agora eu estou aqui, tentando lidar com todo esse sentimento ruim que tenho dentro de mim. Que me sufoca, me magoa, me faz sofrer. A culpa não é sua. Nunca te culpei nem nunca vou culpar. Se alguém errou, fui eu. Priorizei as coisas erradas. Achei que seu sentimento por mim suportaria e superaria toda e qualquer coisa que eu fizesse.

Mas não foi isso que aconteceu, claro. Você não era o super-homen, muito menos um príncipe encantado. Você era apenas um homem. E o que eu fiz foi demais. Eu sei porque se fosse o contrário eu também não aguentaria. Acho até que reagiria bem pior.

Eu sei que agora é tarde, que esse texto não vai trazer o tempo de volta, não vai anular o que eu fiz, nem te fazer me dar outra chance. A vida seguiu, cada um para seu lado, sendo – ou tentando ser – feliz ao seu modo. Espero que, pelo menos, todo esse arrependimento que tenho dentro mim fiquem aqui neste texto. E não mais no coração.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Ai, que difícil...



Eu acho que gostar de alguém é algo tão difícil e complexo de se fazer. Claro que tem seu lado positivo, lindo e romântico. Mas isso tudo é incrível no momento da conquista. E nos contos de fadas.

É, porque nem nas comédias românticas é simples. A mocinha sempre se ferra horrores, comete erros gravíssimos e sofre, mas sofre muito antes de ser feliz no final. Na nossa – ou melhor, na minha vida – é mais ou menos a mesma coisa.

São tantas idas e vindas, expectativas quebradas, inseguranças afloradas que chega até a cansar. Queria achar uma ferramenta descomplicadora de relacionamentos. A vida seria tão mais fácil e bacana. Igual às contas de somar que aprendemos na primeira série. Dois mais dois são quatro e pronto!

Não queria que meu coração disparasse cada vez que ele me ficasse online. Não queria me incomodar cada vez que ele fala com outra mulher. Não queria agir pensando no que ele vai pensar daquilo. E, principalmente, não queria fingir que não gosto dele quando gosto, e gosto muito.

Talvez essa seja a pior parte. Um sentimento que tinha tudo para ser bacana, ter que ser sufocado em nome de sei-lá-o-que. Porque não tem um motivo real, né? O que tem é uma certa convenção mundial de que todo mundo é tão independente e autossuficiente que não precisa de ninguém, que não pode querer ninguém.

Aí o que a gente faz? A gente sufoca o sentimento, finge que nem liga para a pessoa quando na verdade queria parar o mundo por causa dela. E vai sufocando, sufocando e sufocando. Até o dia que deixa de gostar. E deixa de lado uma chance de ser mais feliz...

Boa o suficiente


Eu confesso que nunca me achei lá grandes coisas. Não que me considerasse a pessoa mais burra, horrorosa ou chata do mundo. Eu apenas achava que não era boa o suficiente. Que não tinha talento algum para coisa alguma. 

Mas um dia me peguei tentando definir o tal do suficiente. Qual unidade de medida que se usa? E como diabos se faz para medir isso? Depois de muito tempo queimando os meus neurônios eu desisti e apenas me conformei com a minha sentença. Eu achava que eu tinha que ser mais inteligente, mais dedicada, mais bem-sucedida, mais amiga, mais simpática, mais forte, mais magra, mais alta, mais tudo! E eu não era nada disso...

E isso me fez tão mal. Fez-me tão mal que eu comecei a me achar cada vez menos. Passei a ler e reler duas ou três vezes os textos para entendê-los. Afastei-me de pessoas queridas. Até a andar levemente curvada eu comecei.

Até que, durante uma conversa trivial, uma pessoa começou com o mesmo discurso que o meu. Conforme ela falava sobre seus motivos de não ser boa o suficiente, a ficha foi caindo para mim. Aquilo que fazia uma pessoa não se achar boa o suficiente era algo em que eu era muito boa!

Então eu percebi que o suficiente sou eu quem define. Eu achava que não era boa o suficiente porque eu estabeleci parâmetros elevados demais. Quer dizer, inalcançáveis. Onde eu estava com a cabeça? Em que mundo uma pessoa de apenas 1,56m de altura vai atingir metas tão absurdamente elevadas?

Não é questão de se conformar com nada. Não, com certeza não é esta a questão. Só o que preciso é redefinir meus parâmetros mais reais, para a vida de uma pessoa real e normal. 


* Para Mônica

terça-feira, 2 de abril de 2013

Aquela sensação...



Você já andou naqueles brinquedos de parque de diversões em que você fica pendurado e despenca vários metros em poucos segundos? E você já teve a sensação de que sua vida era assim também? Eu já...

Aliás, tenho tido muito esse sentimento. De estar com as pernas no ar, pendurada por algo prestes a me fazer despencar. E que, se eu soltar das travas de segurança, vou me esborrachar lá embaixo.

A insegurança grita dentro de mim. A falta de confiança faz a garganta fechar mais e mais a cada segundo. E o medo? Ah, esse toma conta do meu corpo todinho.

Mas aí, assim como faríamos naquele brinquedo lá do parque de diversões, eu seguro bem forte nas travas de segurança. E vou tateando o ar com os pés. E qual não é minha surpresa quando percebo que, na maioria dos casos, o chão é de vidro! Um vidro tão transparente e bonito, que mal percebo que ele está aos meus pés. Mas um piso resistente o suficiente para aguentar o meu peso. E muito mais.

Isso me dá segurança. A confiança vai retomando aos poucos. O medo se esvaindo. O coração já bate num ritmo mais normal, a garganta já não está mais fechada. Aí você me pergunta: e se de repente tirarem o belo chão de vidro debaixo de você? Ah, meu bem, aí eu seguro bem forte nas travas de segurança. E aproveito a queda livre para gritar e tirar tudo de ruim de dentro de mim!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Fases

Eu não sei o que eu quero. Sério, não sei mesmo. Eu olho fotos dos meus amigos no Instagram e fico feliz por eles estarem felizes, estarem curtindo uma viagem, um show, uma balada, a praia... Mas eu fico triste por mim. Eu já gostei de todas essas coisas, mas eu sinto como se não me encaixasse em lugar algum mais, sabe?


Eu não sinto inveja, não sinto vontade de estar lá com eles. Eu só me sinto perdida, sem rumo, sem expectativas, sem esperança. Parece que todas as coisas boas que tinha para acontecer comigo já acontecerem. Agora é só ladeira abaixo.

Ok, eu sei que você deve estar pensado: deixa de baixo astral! Isso é uma fase, daqui a pouco passa. No fundo eu sei que isso é verdade. Mas acho que dessa vez é um pouco diferente. Sim, essa fase estranha há de passar. Mas não para as coisas voltarem a ser como eram. Realmente aquele momento já foi. Chega de balada, de farra, de viagens, de bagunça.

Acho que uma nova fase, completamente diferente e realmente nova, está para começar. Queria que ela chegasse logo. Odeio esperar. Mas talvez isso pelo que eu tenho passado seja também uma fase. Talvez eu só consiga entrar nessa nova e bela fase se eu passar por essa em que estou.

Sei lá, está tudo tão confuso. Tudo parece possível, e ao mesmo tempo nada parece possível. O jeito é respirar fundo. E esperar....

Como faz?


Às vezes eu acho que penso demais. Me questiono demais. Quero entender demais. Eu queria que tudo fosse extremamente racional, lógico, e fizesse sentido. Talvez eu tenha estudado Descartes e seu método cartesiano mais do que eu devia. Sempre suspeitei que isso não era coisa para gente de humanas estudar. 

Mas a minha cabeça não para. São tantas coisas, tantos pensamentos rodando aqui dentro que às vezes nem consigo dormir. Como hoje. Aí eu começo a pensar mais ainda. Penso em todas as possibilidades, em todos os caminhos, em todos os SEs da vida.

Mas eu não chego a conclusão nenhuma... Meus miolos praticamente fritam, mas nenhuma solução aparece. Nem umazinha. Só aparecem mais dúvidas, mais possibilidades e caminhos. E eu vou ficando cada vez mais perdida, mais confusa. E durmo menos.

É, acho que a solução seria pensar menos. Mas, como faz isso?