sexta-feira, 10 de maio de 2013

Amigo

Eu sempre levei tudo que ele falava na brincadeira. Ele era desses caras engraçados, fazia piada de tudo. Então nunca levei a sério nada do que ele falava. Para mim ele era um ótimo amigo. Sempre torcia por mim. Sempre me ouvia e me aconselhava quando eu precisava. Sempre aguentava meus xiliques. Sempre me fazia chorar de tanto rir.

Tá, confesso que vez ou outra eu desconfiei que ele pudesse querer algo além de pura amizade. É que já me falaram tanto que homem só é amigo de mulher quando a mulher quer, porque eles sempre querem mais. Mas eu nunca dei muita bola para isso. Achava que era um tipo de lenda urbana, quase tão famosa quanto a loira do banheiro. Afinal, eu tenho um monte de amigos com quem nunca tive nada. Com ele não haveria de ser diferente. 

Mas foi! Um dia, assim, do nada, ele quis conversar comigo. Na minha eterna inocência, achei que fosse para desabafar sobre algum problema do trabalho. Mas não foi. De repente um monte de sentimentos foram despejados na minha frente. Eu fiquei sem reação. Fui pega de surpresa, não tinha a menor ideia do que responder, de como agir. Então fiz o mais fácil: não fiz nada! 

E o resultado foi o mais desastroso possível. Eu fiquei confusa, ele ficou chateado, e nós nos afastamos. E deixei escapar a chance de - talvez - viver um grande amor. Mas o pior de tudo foi que perdi um grande amigo! 

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