Eu cresci brincando de Barbie. Na minha cabeça, ela era
perfeita. E por muito tempo eu persegui essa perfeição. Academia para ter a
cintura fina dela. Silicone para ter o peitão. Tinta no cabelo para ficar
loira. E sabe o que eu ganhei com isso? Uma baita de uma frustração. Porque não
adianta o quanto tentemos, ninguém, nunca vai conseguir ser perfeito.
E o pior, com o tempo, descobri que a Barbie tinha a cabeça
oca. É, não tinha nada lá dentro. No máximo, uns pedaços de plástico. E foi aí
que o mundo perfeito desmoronou. A
Barbie podia ter me ensinado como ser linda e perfeita por fora, mas não me
ensinou nada sobre como ser alguém de verdade!
Claro que a culpa não era dela. Coitada, era apenas uma
boneca de plástico. A culpa foi minha. Me prendi àquele modelo de uma forma tão
forte que não prestei atenção em mais nada. Achei que tendo aquilo, todo o
resto viria. Com um simples estralar dos dedos.
Mas eu estralei, estralei e estralei os dedos. Até eles
criarem calos. Mas nada aconteceu. A vida perfeita da boneca não se
materializou na minha. E a vida que eu percebi que tinha, não era a vida que eu
queria ter.
Foi difícil, dolorido, cansativo, deixar tudo para trás.
Quebrar paradigmas, velhas crenças e mudar. Mas acho que aos poucos eu estou
conseguindo. Devagarinho, para não assustar ninguém. Mas acertando cada vez
mais. E me tornando a pessoa que eu realmente quero ser. Uma pessoa que não tem
a pretensão de ser perfeita. Que pretende apenas ser feliz.
E como eu quero ser feliz? Não sei, não há fórmula certa
para isso. Mas, se um dia eu descobrir, eu prometo que te conto, tá?
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