sexta-feira, 21 de março de 2014

A mágica das férias

Eu estava tão mergulhada na minha rotina, vivia tanto no piloto automático que nem havia notado o quanto precisava de férias. Tudo na minha vida havia se tornado uma obrigação. Mesmo as coisas que eu gosto, ou melhor, amo, se tornaram verdadeiros martírios por conta da rotina e da correria da vida. Tudo precisava ser muito bem planejado, extremamente calculado, para poder funcionar. E quando não funcionava.... Aaahhh, era um problemão! Eu me julgava, me culpava, revia e revia insistentemente os meus atos para tentar enxergar onde errei, tentava consertar, e ficava triste e emburrada. Eu não conseguia mais tempo nem para parar e organizar minhas ideias para colocá-las aqui. 

Aí eu tinha 30 dias de férias para tirar, tinha o carnaval - que eu não queria passar em Salvador como todo mundo - e uma vontade - e a minha típica pressa - de aprender espanhol. Então, acho que pela primeira vez na minha vida adulta, eu tirei 30 dias de férias. E viajei os exatos 30 dias. Passei os 30 dias na mesma cidade. E, mesmo já tendo ido para Buenos Aires quase dez vezes, me encantei com cada detalhe da cidade. Um simples pôr-do-sol me deixava embasbacada. As flores pareciam mais coloridas, as pessoas eram mais simpáticas, a vida era mais bela e eu era mais feliz.

Durante todo o tempo em que estive lá pensei que o motivo do meu encantamento era por conta do meu amor por aquele lugar. Mas ao retornar ao Brasil percebi que não era a cidade que fazia tudo isso comigo. Mas era o meu ritmo de vida. Eu apenas tinha mais tempo para aproveitar, eu prestava mais atenção no que estava e acontecia ao meu redor. 

Bom, infelizmente não dá para viver de férias. Então o jeito é tentar não me cobrar tanto, não ligar de novo o piloto automático e desfrutar um pouco mais da minha vida. E se não der certo, eu corro para Buenos Aires por mais alguns dias. São apenas 2h30 de voo...

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